O Instituto das Irmãs da Misericórdia foi fundado em Verona, em Itália, a 2 de novembro de 1840 pelo Sacerdote Carlo Steeb e pela Madre Vincenza Maria Poloni, obteve aprovação governativa a 28 de dezembro de 1847 e foi erigido canonicamente a 10 de setembro de 1848.
O Fundador, Beato Carlo Steeb, nasceu a 18 de dezembro de 1773, em Tübingen (Würtemberg, Alemanha), no seio de uma família de convicções profundamente luteranas, que lhe transmitiu o sentido de compaixão pelos pobres.
Em seguida, vai para Verona, onde entrou em contacto com a língua italiana e fez amizades com pessoas que professavam convictamente a fé católica, o que o fez questionar a problemática da fé luterana. Após um período de longa e profunda reflexão, converteu-se à fé católica como sua convicção e tornou-se sacerdote. Ao informar a sua família desta decisão foi rejeitado por todos, que não o reconheceram mais como filho, privando-o do direito hereditário e de qualquer comunicação com os seus familiares.
A 8 de setembro de 1796 foi ordenado sacerdote.
Movido pela Misericórdia de Deus, ao apoiar os mais pobres, contacta com Luigia Poloni, movida também pela mesma caridade com os mais desprotegidos, e com esta concretizou o seu sonho de fundar um Instituto que confortasse todos os irmãos em sofrimento, o Instituto das Irmãs da Misericórdia.
Em 1856, a 15 de dezembro, morreu, recomendando, como seu testamento espiritual, a “união, a paz, a obediência”. Foi beatificado por Paulo VI a 6 de julho de 1975.
Beata Vincenza Maria Poloni, nascida a 26 de janeiro de 1802, filha de Gaetano e Margheritta Biadego, foi batizada com o nome de Luigia Francesca Maria Poloni. A inteligência prática e perspicaz de Luigia, bem como a sua cortesia e reserva, proporcionavam um serviço atento, sério e gratuito a quem ela acorria. Na sua juventude, muitos foram os que ela confortou e que a consideravam como uma “mãe”.
Após a morte do pai, Luigia viu-se a braço com a gerência do negócio da família, revelando os seus dotes administrativos, que, contudo, não a impediam de frequentar, como voluntária, o Lar de Idosos, onde prestava assistência na enfermaria dos doentes crónicos. É guiada pelo seu confessor, o então sacerdote Carlo Steeb, a quem confessou o desejo de professar os votos religiosos. Este aconselhou-a a orar e a esperar para que se revelasse o desígnio do Senhor para a sua vida: ser Fundadora do Instituto das Irmãs da Misericórdia. Assim, a 2 de novembro de 1840, deu início ao Instituto das Irmãs da Misericórdia. A 10 de setembro de 1848, professa os votos definitivos e toma o nome de Vincenza Maria Poloni. Desde então, dedica a sua vida a Deus, como educadora de numerosos jovens, consagrando-se ao serviço dos pobres e enfermos, na humildade, simplicidade e caridade de Deus. Morreu a 11 de novembro de 1855 deixando como testamento uma só coisa: a caridade. Foi beatificada a 21 de setembro de 2008.
O estilo de vida das Irmãs da Misericórdia é decorrente do seu carisma e caracteriza-se pela humildade, simplicidade e caridade, de que foram exemplos os seus fundadores. No seu vestuário, caracterizam-se pela presença obrigatória do hábito branco, preto ou acinzentado. A sua espiritualidade é apostólica, que vê em Cristo o modelo da verdadeira caridade, que confere as irmãs a capacidade de um amor gratuito, acolhedor e solidário para com todos, especialmente os mais pobres. Daí advém o lema “Charitas Christi urget nos” (A Caridade de Cristo nos impele).